arauto (ely vidal - 070511)

07/05/2011 11:56

 arauto

 

o poeta sangra,

chora e arremata.

brinca, fala sério

e, ao mesmo tempo, guerreia.

 

é soldado solitário

mesmo em meio à multidão.

por isso sua alma clama,

muito mais que todas as outras.

 

porque ele vê o que não se vê

ouve o que não se ouve

e normalmente fala

como poucos querem falar.

 

mas lá, intrépido, está

o poeta.

 

no posto, como atalaia,

pronto a receber e a entregar

a mensagem que se avizinha.

 

com dor, suor, luta ou labor,

não importa.

a mensagem é o que importa.

 

muitas vezes mensagens desconexas,

outras tantas convexas.

mas a mente do poeta não as filtra

embora complexas.

 

apenas as entrega,

na maioria das vezes em prantos.

não de pena nem ironia,

senão de agonia,

porque vê do povo o apodrecimento.

 

esse é teu papel, poeta,

essa é tua lida guerreiro.

 

ao final da batalha,

sei que lá estarás.

muitas vezes em corpo inerte,

cansado e quase sem vida;

mas lá estarás, em teu posto,

impávido e atento

à próxima poesia que vai sangrá-lo.

 

(ely vidal - arauto - 070511)

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